quinta-feira, 27 de maio de 2010

Family girl

A minha parente mais velha é a minha tia-avó Ana.

Ela me contou que, em 88 anos de vida, só vomitou duas vezes. A primeira, quando estava grávida da segunda filha. A segunda, quando fez a operação de catarata, uns 5 ou 6 anos atrás.


Ela passou bem mal com a operação. E nem sequer voltou a enxergar direito. "Me botaram na mão dos estudantes!", ela me diz, indignada.

A mãe da tia Ana, que é minha bisavó e avó do meu pai, era parteira. Ela se chamava Filomena e morava no Indaiá, uma vila de Bertioga que devia ser meio parecida com as vilas de pescadores das novelas.

Eu perguntei se pagavam ela pelo trabalho. Ela disse que não era um serviço, assim, pago. As pessoas davam alguma coisa que tinham, ou nada. Era como eu imaginava, e fiquei orgulhosa.

A tia Ana tem saudades de comer tainhas. Tinha um monte delas por lá; meu tio Tião, que é sobrinho dela e irmão do meu pai, se lembra de uma pescaria mitológica, quando pegaram 4 mil tainhas passando a rede no Indaiá. "Ovada, Cla!", ele detalha. Isso quer dizer que elas tinham ovinhos na barriga, ovinhos que você pode assar e comer também.

Acho que vou investigar mais a respeito.