sexta-feira, 18 de junho de 2010

Mine've been like Verlaine's and Rimbaud

Então, ao que eu entendi, um poeta casado de 27 anos caiu de amores por um enfant terrible, não menos talentoso, de 17. E o século em vigor ainda era o 19. Muitos números.

Chamou o menino para morar na casa dele, e não nos admiremos que a esposa não curtiu.

Ele vivia de versos e absinto e da obsessão pelo enfant, e a mulher, que absolutamente não tinha nada a ver *com* nem como lutar *contra* aqueles olhos azuis e aquele cabelo em irresistível desalinho, se encheu.

O poeta mais velho foi para Londres com o menino, também poeta e não menos terrible, a tiracolo. Uma vida de pobreza em Camden e dias na Biblioteca Nacional para não passar frio.

Quando o menino decidiu ir embora, o mais velho foi na estação de trem. Deu basfond e atirou.

Foi preso, se converteu ao catolicismo, a mulher já tinha dado linha na pipa.

O menino virou traficante de armas.

E os dois viraram versos de uma música linda do Bob Dylan.

(Mas que eu conheci pela Madeleine Peyroux, porque eu quase sempre conheço as versões pelo lado torto).

E o referido é verdade e dou fé.

Mas com essa cara até eu, né, Yolanda?