Los Primos batucavam em toda e qualquer coisa na casa ao lado. Antes de espiar por cima do muro, eu podia jurar que eles tinham uma bateria completa em plena casa de praia.
De um lado do muro, a gente cantava na ducha. Tinha acústica. Do outro, eles acompanhavam na bateria imaginária.
Depois derrubamos o muro e ficamos amigos. Descobri que eles não tinham bateria. Era tudo no improviso.
Quando eles viajavam sozinhos, as mães deles mandavam tapauéres com refeições prontinhas.
Já a gente levava atum e macarrão.
Eles invadiam nossa casa, jogavam peteleco, abriam a geladeira e se serviam de coca-cola -- sem a menor cerimônia.
Em troca, a gente tinha lugar garantido no carro deles quando chegava a noite e as garotas (e garotos) só queriam se divertir.
E nós e Los Primos éramos grandes amigos.
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
Mais amigos invisíveis
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