quinta-feira, 28 de abril de 2011

Parem de perguntar

Hoje o dia está difícil. Dr. Getúlio morreu e o despertador estava programado para as 7h10. Acordei antes dele tocar, olhei a escuridão do quarto e pensei "ainda tenho umas boas três horas aí".

10 minutos depois, o despertador tocou.

* * *

Até ontem, eu era a única pessoa a estar lendo Agosto, do Rubem Fonseca, depois nos anos 2000.

O bem não triunfa no final. Mas o comissário Pádua é a gênese do Capitão Nascimento.

* * *

Amanhã Kate vai pra galere. Real. O hit do momento é o Kate Middleton For The Win.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Last call for alcohol

Quais as chances de, na Última Ceia, todo mundo ter *de fato* se sentado de um mesmo lado da mesa? Não dá para os comensais conversarem assim.

Mas vai ver Jesus estava com pressa, chegou no restaurante e pediu mesa para 13.

A hostess falou "de 30 a 40 minutos, Senhor" (naqueles tempos, assim como hoje, qualquer coisa relativa à comida -- das receitas à entrega da pizza ao vagar das mesas -- demorava de 30 a 40 minutos).

Ele olhou para o pessoal, que apaziguou.

Pedro arriscou "a gente pede umas bruschetinhas, fica de papo, passa rápido".

Jesus discordou. Virou para a hostess e mandou "não dá, fia, tenho pressa, hoje ainda vou padecer sob Pôncio Pilatos, ser crucificado, morto e sepultado. Não tenho o dia todo, não". E fez cara feia para o pessoal que estava tomando café e enrolando lá dentro.

A hostess falou "temos o balcão, Senhor".

E Ele respondeu "é nesse mesmo. Vamos, pessoal".

E aí ficou assim:

domingo, 3 de abril de 2011

The hardest years


"Eu não encho mais a casa de alegria"
-- Titãs, Não Vou me Adaptar
A adolescência é uma merda.

Quer dizer, é uma época mágica e etc, mas suas roupas param de servir, seu olhar muda e seu quintal continua do mesmo tamanho. É cruel.

Mas o pior é a desproporcionalização. Nada está do tamanho que devia estar. Nem o seu nariz, muito grande; nem a sua bunda, muito pequena; nem suas ambições, desmedidas; nem os seus pelos, muito longos; nem seu cabelo, muito curto; nem suas dores, infinitas.

Em "Persépolis", tem uma cena que mostra isso perfeitamente.




Na verdade, adolescer é um mal necessário, seja em São Bernardo ou no Irã (ou melhor, exilada em Viena).



(Dedicado ao Ricardo)